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BRICS promovem transações em moedas locais sem dólar

Com a inflação em alta, a instabilidade nas moedas e a necessidade de diversificação financeira, a maneira como todos nós fazemos negócios está mudando. O bloco dos BRICS, que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, está agindo rápido. Eles estão desenvolvendo uma nova estratégia para pagamentos internacionais, buscando realizar liquidações diretamente em suas próprias moedas, sem precisar passar pelo dólar. Isso é o que revela o relatório chamado “BRICS Economic Bulletin 2025”, coordenado pelo Banco Central do Brasil.

Essa transformação exige que as empresas que operam no comércio internacional fiquem atentas. É essencial revisar a forma como estão estruturadas, principalmente quando falamos de tecnologia, conformidade e estratégias operacionais. Ticiana Amorim, fundadora da Aarin Tech-fin, destaca que essa mudança não é apenas sobre como se paga, mas também sobre quem detém o poder nas transações.

As Oportunidades em Jogo

Ao analisarmos essa nova dinâmica, três pontos principais se destacam:

  1. Eficiência e Custo: Usar moedas locais pode baixar taxas de câmbio, evitar intermediários e agilizar o tempo de liquidação.

  2. Risco Cambial e Dependência: Empresas que dependem do dólar enfrentam menos flexibilidade e mais riscos. Utilizar moedas locais pode oferecer uma solução alternativa.

  3. Infraestrutura e Regulação: A integração entre sistemas de pagamentos em diferentes países, a adoção de novas ferramentas e a harmonização das regulações são desafios que precisam ser superados.

Preparação é Fundamental

Para empresas brasileiras que atuam em cadeias de comércio global ou que importam/exportam com países do BRICS, o recado é claro: é hora de se preparar. Isso envolve revisar os sistemas de pagamento internos, considerar novos parceiros que operem em moedas locais, ajustar a conformidade para novas redes e alinhar a governança financeira com essa nova realidade que está se formando.

Ticiana explica que essa movimentação permite às empresas repensarem como funcionam. Essa não é apenas uma questão técnica; está ligada à forma como lidam com parceiros internacionais e às novas competências financeiras que precisam desenvolver.

Atualmente, a fintech da qual Ticiana faz parte está ligada ao Bradesco e oferece soluções financeiras que estão na medida do que as empresas precisam, facilitando que elas ofereçam serviços financeiros a seus clientes.

BRICS e a Evolução do Comércio

Em setembro de 2025, um Fórum do BRICS realizado no Brasil também refletiu sobre como os países membros podem fazer comércio diretamente. Falaram ainda da possibilidade de usar stablecoins como uma alternativa, sem depender do dólar.

No entanto, essa movimentação não está passando despercebida. O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, mostrou descontentamento e deixou claro que pode haver retaliações econômicas. Mesmo assim, as iniciativas dentro do bloco BRICS continuam a ganhar força, deixando os olhos do mundo atentos a essa mudança significativa na economia global.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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